Artigo
Óleos, pintura e química
Maria Eduarda Machado de Araújo
Departamento de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 1749-016 Lisboa, Portugal
eduaraujo@fc.ul.pt
Resumo
Na pintura a óleo o artista utiliza um óleo vegetal como veículo do pigmento que pretende aplicar. Este óleo, inicialmente líquido, transforma-se num fino filme sólido que fixa o pigmento. Muitas reacções químicas estão envolvidas na secagem do óleo e também no seu envelhecimento. A secagem do óleo é um processo contínuo que começa com a formação de peróxidos por oxidação das cadeias dos ácidos gordos insaturados que constituem o triglicérido. Após a sua formação, estes peróxidos sofrem uma série de reacções químicas que levam à criação de novas ligações entre as cadeias dos ácidos gordos, o que conduz à formação de um filme sólido. A identificação do óleo usado numa pintura pode ser feita através da razão entre a quantidade de ácido palmítico e esteárico (P/S) presente no filme, a qual é determinada por meio de técnicas cromatográficas (CG) e/ou espectroscópicas. A análise por CG-EM ou FTIR do tipo de esteróides presente, esteróis vegetais ou colesterol, permite determinar se se está em presença de uma pintura a óleo ou de uma pintura a têmpera, em que o ovo foi utilizado como veículo aglutinante.
Palavras-chave
Óleo
Pintura
Secagem
Envelhecimento
Peróxidos
Idioma
Português
DOI
10.14568/cp2_1
Download
PDF
Importar referência
RIS | Endnote
Citação
Conservar Património | APA | Chicago | NP405 | ABNT
Conservar Património: Araújo, M. E. M., 'Óleos, pintura e química', Conservar Património 2 (2005) 3-12, https://doi.org/10.14568/cp2_1.
APA: Araújo, M. E. M. (2005). Óleos, pintura e química. Conservar Património, 2 3-12. DOI:10.14568/cp2_1.
Chicago: Araújo, Maria Eduarda Machado de. 2005. "Óleos, pintura e química." Conservar Património 2:3-12. doi:10.14568/cp2_1.
NP405: ARAÚJO, Maria Eduarda Machado de – Óleos, pintura e química. Conservar Património. [Em linha]. 2 (2005) 3-12 [Consult. ]. Disponível em WWW: <URL:https://doi.org/10.14568/cp2_1>. ISSN 21829942.
ABNT: ARAÚJO, Maria Eduarda Machado de. Óleos, pintura e química. Conservar Património, Lisboa, v. 2, p. 3-12, 2005. Disponível em: <https://doi.org/10.14568/cp2_1>. Acesso em: .
História
Online: 2017-10-3 Publicação: 2006-1-23
Referências
1 The New Encyclopædia Britannica, Micropædia, 15.a edição, Encyclopædia Britannica, Inc., Chicago (1995).
2 van den Berg, J. D. J., Analytical chemical studies on traditional linseed oil plants, FOM-Institute for Atomic and Molecular Physics, Amsterdam (2002).
3 Solomons, G.; Fryhle, C., Organic Chemistry, 7.a edição,Wiley, New York (2000).
4 Mills, J. S.; White R., The Organic Chemistry of Museum Objects, Butterworth and Co, London (1987).
5 Volhardt, K. P. C; Schore, N. E., Organic Chemistry, 2.a edição,W. H. Freeman and Co, New York (1987).
6 Mills, J. S., 'The gas chromatographic examination of paint media. Part I. Fatty acid composition and identification of dried oil films', Studies in Conservation 11 (2) (1966) 92-106.
7 van den Berg, J.D. J.; van den Berg, K. J.; Boon, J. B.,'Identification of non-cross-linked compounds in methanolic extracts of cured and aged linseed oil-based paint films using gas chromatography-mass spectrometry', Journal of Chromatography A 950 (2002) 195-211.
8 Gimeno-Adelantano, J.V.; Mateo-Castro, R.; Domenech-Carbo, M. T.; Bosh-Reig, F.; A. Domenech-Carbo, A.; Casas-Cataán, M. J.; Osete-Cortina, L.,'Identification of lipid binders in paintings by gas chromatography. Influence of the pigments', Journal of Chromatography A 922 (2001) 385-390.
9 Colombini, M. P.; Modugno, F.; Giacomelli, M.; Francesconi, S., 'Characterisation of proteinaceous binders and drying oils in wall painting samples by gas chromatography-mass spectrometry', Journal of Chromatography A 846 (1999) 113-124.
10 Meilunas, R. J.; Bentsen, J. G.; Steinberg, A., 'Analysis of aged paint binders by FTIR spectroscopy, Studies in Conservation 35 (1) (1990) 33-51.
Endereço persistente: https://doi.org/10.14568/cp2_1
|